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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

LENDA DE OYÁ 5

Osaguiã estava em guerra, mas a guerra não acabava nunca, tão poucas

eram as armas para guerrear.

Ògún fazia as armas, mas fazia lentamente.

Osaguiã pediu a seu amigo Ògún urgência, Mas o ferreiro já fazia o

possível.

O ferro era muito demorado para se forjar e cada ferramenta nova

tardava como o tempo.

Tanto reclamou Osaguiã que Oyá, esposa do ferreiro, resolveu ajudar

Ògún a apressar a fabricação.

Oyá se pôs a soprar o fogo da forja de Ògún e seu sopro avivava

intensamente o fogo e o fogo aumentado de calor derretia o ferro mais

rapidamente.

Logo Ògún pode fazer muitas armas e com as armas Osaguiã venceu a

guerra.

Osaguiã veio então agradecer Ògún. E na casa de Ògún enamorou-se de

Oyá.

Um dia fugiram Osaguiã e Oyá, deixando Ògún enfurecido e sua forja

fria.

Quando mais tarde Osaguiã voltou à guerra e quando precisou de armas

muito urgentemente, Oyá teve que voltar a avivar a forja. E lá da casa de

Osaguiã, onde vivia, Oyá soprava em direção à forja

de Ògún.

E seu sopro atravessava toda a terra que separava a cidade de Osaguiã

da de Ògún.

E seu sopro cruzava os ares e arrastava consigo pó, folhas e tudo o mais

pelo caminho, até chegar às chamas com furor atiçava.

E o povo se acostumou com o sopro de Oyá cruzando os ares e logo o

chamou de vento. E quanto mais a guerra era terrível e mais urgia a

fabricação das armas, mais forte soprava Oyá a forja de Ògún. Tão forte

que às vezes destruía tudo no caminho, levando casas, arrancando árvores,

arrasando cidades e aldeias. O povo reconhecia o sopro destrutivo de Oyá e

o povo chamava a isso tempestade.

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