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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

LENDA DE OYÁ 4

Certa vez houve uma festa com todas as divindades presentes.

Omulu-Obaluaê chegou vestindo seu capucho de palha.

Ninguém o podia reconhecer sob o disfarce

e nenhuma mulher quis dançar com ele.

Só Oiá, corajosa, atirou-se na dança com o Senhor da Terra.

Tanto girava Oiá na sua dança que provocava vento.

E o vento de Oiá levantou as palhas e descobriu o corpo de Obaluaê.

Para surpresa geral, era um belo homem.

O povo o aclamou por sua beleza.

Obaluaê ficou mais do que contente com a festa, ficou grato.

E, em recompensa, dividiu com ela o seu reino.

Fez de Oiá a rainha dos espíritos dos mortos.

Rainha que é Oiá Igbalé, a condutora dos eguns.

Oiá então dançou e dançou de alegria.

Para mostrar a todos seu poder sobre os mortos,

quando ela dançava agora, agitava no ar o iruquerê,

o espanta-mosca com que afasta os eguns para o outro mundo.

Rainha Oiá Igbalé, a condutora dos espíritos.

Rainha que foi sempre a grande paixão de Omulu

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